RASGO COLETIVO
Rasgar uma fronteira à força, seja por mar, montanha ou deserto, rasga também os corpos – afogados, metralhados, congelados, transpassados por arames, ludibriados, incompreendidos,
ignorados. Do outro lado da fronteira é preciso suturar os rasgos, é preciso cuidar das feridas, simultaneamente refazer o corpo e reinventar o ser.
As ações aqui relacionadas são coletivas, resultam dos encontros entre a prática artística e a pesquisa do espaço, as relações entre imagem, fotográfica e migração do Projeto Vidas Paralelas, e organizações de migrantes na França (Coletivo Sans Papiers 93, Coletivo Livre Noir, Associação ARIFA). Todos envolvidos, entre outras ações, com as tomadas de espaço, marchas, produção cartazes, textos, livros documentais, de poesia, de desenhos e fotografias, teatro, canções e etc. Me tornei uma participante e colaboradora propositiva nos processos e parcerias desse movimento, com a produção e organização de imagens que compõem memória de um momento específico.
Entre 2017 e 2018 realizei meu estágio doutoral na França. A pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Arte da Univesidade de Brasília passou a fazer parte do Projeto Vidas Paralelas Migrantes: Perspectivas Brasil – França (CAPES – COFECUB), programa que objetiva o intercâmbio científico, a mobilidade de pesquisadores e formação de recursos humanos. A participação no programa possibilitou o aprofundamento na pesquisa do rasgo na migração. Estive durante um ano envolvida com associações e coletivos para a realização de Oficinas de Direitos Humanos e Fotografia entre outras ações, planejadas e novas.